sexta-feira, 22 de agosto de 2014

B.C. Rich Pro X Mockingbird

A B.C. Rich é talvez uma das marcas mais tradicionais e conhecidas quando o assunto é heavy metal e rock pesado. A começar pelos designs, cheios de curvas, pontas e ângulos, passando pelas cores e pelos setups das guitarras, tudo indica que um som “porrada” vai sair do instrumento. Os três modelos mais famosos da marca são a Warlock (usada por artistas como Slayer, WASP, Lita Ford, Kiss e outros), a Bich e a Mockingbird, da qual falarei hoje. A Mockingbird é uma guitarra tradicional da B.C. Rich e parece não envelhecer com o tempo. Mesmo sendo um fanático da Les Paul da Gibson, Slash pode ser visto em várias fotos tocando com uma Mockingbird, geralmente uma guitarra vermelha, com a qual ele tocava no começo do Guns ‘n’ Roses e ainda hoje usa em determinadas músicas ao vivo (com moderação, já que a Gibson fez uma Les Paul com seu nome). Então vamos lá, esta é a B.C. Rich Pro X Mockingbird.


Existem vários tipos de Mockingbirds, desde modelos ultra simples, na faixa de US$200 (nos EUA) até US$5000!! A Pro X é um modelo intermediário em termos de preço, mas é considerada uma linha top mesmo assim.  O primeiro “feature” da Pro X é o neck-thru-body verdadeiro: uma lâmina de madeira começa lá em cima do braço, perto do headstock, e termina no fim da guitarra, onde está o strap lock. Ou seja, a trasteira, os captadores e a ponte estão todos apoiados na mesma peça, e isso faz toda a diferença no timbre, na vibração e na ressonância na hora de tocar. Tanto o braço quanto o corpo são feitos de mogno. Esse neck-thru também faz com que a região onde o braço e o corpo se encontram seja muito mais uniforme, lisa, “flat”, sem aquelas dificuldades causadas por braços aparafusados. Isso, no caso de guitarristas de heavy que “fritam”, é uma enorme vantagem. O acesso aos trastes mais agudos é muito fácil!


A Pro X é munida de dois humbuckers EMG, um 81 na posição da ponte e um 60 na posição do braço. O EMG-81 é um humbucker com output alto, feito especialmente para timbres mais agressivos e solos. Basicamente é um captador de rock, e funciona excepcionalmente bem com bastante overdrive e com amps que tenham um controle de volume master, pra dar bastante punch. O EMG-60 é um captador mais encorpado e funciona muito bem para bases e solos mais “gordos”, menos agressivos. É um humbucker que possui brilho, clareza e peso. É considerado pela própria EMG um dos captadores mais versáteis da marca.


Outras características da Pro X Mockingbird são: frisos creme no corpo, braço e headstock; peças em dourado ou preto; tarraxas especias Grover Super Rotomatics; trasteira em ébano; marcações “diamond”; 24 trastes Jumbo; alavanca Floyd Rose Original Series Tremolo; dois knobs de volume e dois de tonalidade e chave de três posições tradicional. A Pro X não vem com case, mas você pode encomendar um para a sua ficar bem protegida!


E é isso, pessoal! Venham visitar a Garagem e testar as guitarras que mais gostarem. Será um prazer recebê-los!




sexta-feira, 15 de agosto de 2014

PureSalem Brave Ulysses

A guitarra de hoje não é apenas um modelo único, mas também uma raridade. A PureSalem é uma marca daquelas que você tem de garimpar para achar, mas em compensação, para os amantes de guitarras únicas, com timbres inimitáveis e looks completamente originais, é indispensável. Em um primeiro momento, a Brave Ulysses lembra a Gretsch Billy-Bo Jupiter Thunderbird, aquela usada por Billy Gibbons, do ZZ Top, e também por Jack White no The Dead Weather (quando ele toca guitarra, pois lembremos que ele é o baterista da banda). Mas a Brave Ulysses tem suas particularidades e já foi “descoberta” por muitos músicos e experts quando o assunto é instrumento de seis cordas. Olha ela aí embaixo.


A primeira e mais chamativa diferença entre a Brave e o modelo da Gretsch é o fato da Brave ter apenas um captador, enquanto a Gretsch tem dois. A segunda grande diferença (apesar de invisível) é que a Brave custa cerca de US$2000 a menos que a Gretsch. Mas não estamos falando de uma guitarra de má qualidade, de terceira linha não! Mesmo Billy Gibbons pode ser visto em alguns shows tocando com a Brave Ulysses, ou seja, ele usa tanto a Brave quanto a Gretsch, o que já indica que o visual é parecido mas que as duas guitarras são distintas, cada uma com suas qualidades. Os trastes da Brave Ulysses são menos arredondados que os de guitarras tradicionais, porém mantendo o conforto ao tocar. O acabamento de toda a volta da trasteira é impecável e não há nada que dificulte o movimento da mão ao subir e descer pelo braço para diferentes regiões das oitavas. Não há nada na Brave que pareça “solto” ou mal acabado.


Apesar do visual “bizarro” da Brave, por mais que pareça estranho, ela é uma guitarra bastante confortável de tocar e muito equilibrada, ou seja, não fica caindo ou tendendo para nenhum lado, como é comum nas Firebirds e nos baixos Thunderbird. A Brave se adapta ao corpo do guitarrista tanto em situações mais caseiras como ao vivo. Como vocês podem ver acima, o botão de volume e o switch de “kill” – a chave que “muta” a guitarra automaticamente – estão em uma posição ideal (não muito perto da mão do guitarrista, para não atrapalhar a palhetada, e nem longe o suficiente para dificultar o acesso quando necessário).


Apesar de ter apenas um captador na posição da ponte, a Brave Ulysses não é excessivamente aguda ou média, pois como você pode conferir pelas fotos, a ponte é recuada em direção ao braço, fazendo com que o captador esteja, na verdade, numa posição quase  intermediária do que seriam as posições de dois humbuckers (um na ponte e um no braço). Assim, a tonalidade termina sendo uma mescla dessas duas posições, ou seja, nem tão agudo como a tradicional posição da ponte, nem tão encorpado quanto a posição do braço. O que para alguns poderia ser uma característica de pouca versatilidade, para muitos – principalmente os amantes de guitarras especiais – é sinônimo de um timbre único. A Brave Ulysses tem um braço aparafusado e tanto o braço como o corpo são em mogno. A trasteira, de 22 trastes, é em rosewood. A ponte é a tradicional Tune-o-matic e o captador é mais do que especial: um Kent Armstrong Vintage 57 Humbucker. Este modelo das fotos é um sparkle prata, mas a PureSalem lança novas cores a cada temporada, por isso é bom ficar de olho caso você encontre a guitarra que serve pra você. Ah! As marcações do braço são em forma de estrela! ;-)



Venha visitar a Garagem! Estamos esperando você com muitas e muitas guitarras, baixos, acessórios e instrumentos diferenciados!







sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Fender Pawn Shop Offset Special

Esta semana vem aí pra você mais uma das guitarras que a Fender considera que “eram para ser, mas não foram”, ou seja, foram lançadas nas décadas de 60 e 70 e nunca chegaram a emplacar como as imortais Stratocaster e Telecaster. Mas isso não quer dizer que tais modelos são um fracasso. Muito pelo contrário! A demanda de colecionadores e amantes das seis cordas ao longo dos anos por cada um dos modelos Pawn Shop fez a Fender relançar esses velhos modelos com um carinho especial e um cuidado que apenas grandes guitarras merecem. Assim você tem a chance de adquirir modelos raríssimos e que nunca se sabe quando (e se) voltarão ao mercado. Então lembre-se: gostou de alguma Pawn Shop? Vá atrás, porque logo acaba! A de hoje é a Offset Special.


A Pawn Shop Offset Special é uma das guitarras mais raras da Fender e seu corpo é uma mescla de Stratocaster + Jazzmaster + Jazz Bass com o diferencial de ainda ser uma semi-semi-acústica, ou seja, tem o “f-hole” apenas na parte de cima, deixando a parte de baixo do corpo ser o de uma guitarra “comum”. Com isso, o peso total da Offset não passa de 3kg, tornando-a muito confortável de tocar. O corpo da Offset é feito em alder e o braço, em maple, é feito de uma lâmina única de madeira, assim como o fingerboard. O formato do braço é o tradicional C-shaped e vem envernizado (o que divide as opiniões de guitarristas por todo o mundo). 21 trastes são distribuídos pelo braço de escala “standard” da Fender (648mm ou 25.5 polegadas). Por aí você já pode perceber que a Offset, apesar de “diferente”, oferece algumas características tradicionais, equilibrando a busca pelo diferencial com toques de conforto e facilidade de adaptação do guitarrista.


As tarraxas da Offset são Kluson-type, bem vintage, o ajuste do tensor é o tradicional da Fender e o logo no headstock é o chamado “lonely”, ou seja, solitário, pois é a única informação à vista, o que é raríssimo nas Fenders. Geralmente o nome do modelo, a origem de fabricação ou o número de série estão (um ou outro, ou vários) presentes no headstock também. Mas não na Offset. Este modelo vem em várias cores e estas variam conforme os anos vão passando. A Fender reeditou a Offset em 2012 e os modelos sunburst, preto e rosa que mostramos aqui são apenas alguns dos que existem por aí.


Como você pode conferir nas fotos, a Offset Special não vem com escudo, proporcionando um visual bem clean. Os captadores, que variam em tonalidade de cor conforme o modelo (sempre em um diferencial com a cor do corpo) são dois humbuckers JZHB, apesar de parecerem single coils usados nas Jazzmasters. Mas assim que você pluga a Offset o timbre dos humbuckers e a ausência de ruído mostra bem o poder dos caps. A ponte e o vibrato “flutuante” são exatamente os mesmos usados na Fender Jaguarillo, mas por alguma razão parecem ser mais adequados e mais confiáveis em termos de precisão e manutenção da afinação na Offset, talvez pelo ângulo da região em que são aparafusados no corpo da guitarra. Os knobs de volume e tonalidade são totalmente vintage, como você pode ver nas fotos, e combinam totalmente com os knobs de amps antigos da Fender, fazendo com que a gente tenha vontade de já levar um junto!! A chave seletora de caps é a tradicional de três posições.



Abaixo você pode curtir um vídeo demo da Offset Special. E não esqueça: a gente está te esperando no Garagem!