sexta-feira, 30 de maio de 2014

Gibson 2014 SG Futura


A guitarra desta semana é especial por muitos motivos, e um deles é a celebração de 120 anos da Gibson, sem dúvida uma das maiores, mais consagradas, mais tradicionais fábricas de instrumentos que o mundo já viu. Mas olha só, como qualquer presente de aniversário, a Gibson 2014 SG Futura não vai durar para sempre, então quem quiser uma tem de correr antes que a Gibson pare de produzi-la (provavelmente em 2015).

Esta SG, que em uma olhada distante pode parecer tradicional, tem vários diferenciais, e já que mencionamos o aniversário da Gibson, a primeira coisa que você pode ver é a marcação do traste 12, que tem um banner comemorativo dos 120 anos. A mão é uma mistura de uma SG Standard e uma Custom, com um símbolo que a diferencia das SGs “comuns”.


Em termos de captação, a Futura também inova. No braço, um P-90H Sidewinder, um single coil mais encorpado, aveludado e versátil. Na posição da ponte, um BB3 muito especial, que conta com um knob push/pull (que o transforma em single coil ou o mantém um humbucker), além de uma chave que dá um boost de 15dB quando você precisa de uma belo empurrão na sonoridade e no punch! Na foto acima (e abaixo) você pode ver a pequena chave prateada logo abaixo do humbucker, bem pequena e fácil de alcançar, dando mais agilidade ao guitarrista na hora de acioná-la.  Outro diferencial da Futura são os knobs, que a princípio parecem comuns – mas não são: sua textura é mais abrasiva, para que a mão não escorregue na hora de girá-los. A Futura é definitivamente uma guitarra que aposta na assertividade.



Assim como a Les Paul Robot da qual falei várias semanas atrás, a Futura também conta com afinação eletrônica. Munida com o sistema Min-ETune automated “robot” tuners, as tarraxas não possuem parafusos ou fios elétricos à vista ou de instalação complicada. O sistema é discreto, você basicamente não consegue vê-lo a não ser olhando o headstock por trás. Assim como na Les Paul Robot, o sistema de afinação funciona impulsionado por uma bateria que faz o serviço motor e perceptivo da guitarra. Com o Min-ETune ligado, você pode escolher entre 12 presets de modos de afinação diferentes e ainda gravar seis próprios, ideal para quem gosta de se aventurar com experimentos e afinações diferenciadas. Com um simples comando a Futura vai direto para o preset que você escolher! Mas para os mais tradicionais, o sistema pode ser desligado e você pode afinar da maneira “standard”, ou seja, manualmente.

Outras características da Futura são o corpo em mogno, braço em maple e fino, típico dos modelos dos anos 1960, 24 trastes, marcações tradicionais estilo bolinha, ponte tune-o-matic, e um strap button maior do que o normal, para maior segurança caso você não queira descaracterizar a guitarra colocando um strap lock. O modelo vem ainda com case duro especial de aniversário. Apesar de ser uma edição limitada, a Futura vem em seis cores (ver abaixo): Bullion Gold, Champagne, Brilliant Red, Pacific Blue, Plum Insane e Inverness Green, todas com o toque final “Vintage Gloss”, para um maior brilho e impacto das cores.




Curtiu? A gente com certeza sim! Venha visitar a Garagem e a Garagem Outlet! A maior variedade de instrumentos e acessórios você encontra aqui. E lembre-se: nunca deixe sua guitarra encostada por muito tempo, ela precisa de você assim como você precisa dela! ;-)

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Squier Vintage Modified Telecaster Deluxe

Por muitos anos as pessoas tiveram preconceito com a linha Squier, da Fender. Era considerada uma guitarra de baixa qualidade e pouco confiável. Pois bem, as coisas estão mudando! Existem várias linhas da Squier, é bem verdade. A série Bullet, a mais simples e barata, é definitivamente uma série para iniciantes no instrumento, para pessoas que querem descobrir se de fato gostam de tocar guitarra e, só então podem partir para a compra de um instrumento mais “potente”. A série Affinity é muito variada. Há desde guitarras simples e tradicionais, sem muitas pretensões, até modelos mais diferenciados. A série Standard é bem o que o nome diz: uma série “padrão” na qual você já pode confiar mais no instrumento e usá-lo de forma profissional, principalmente se der uma “tunada” nele, modificando algumas peças, dando um “boost” na parte elétrica.

Mas agora vamos ao que interessa: a linha Vintage Modified. Com essa linha, a Squier conseguiu criar instrumentos muito especiais a preços extremamente confortáveis. A proposta das Vintage Modified é bem o que o nome diz: criar versões de modelos antigos e consagrados, mas com modificações que os tornem diferenciados. Normalmente essa série é feita com uma madeira superior às outras linhas da Squier e os captadores quase sempre são da série Duncan Designed ou feitos especialmente para o modelo em questão. Hoje falaremos da Telecaster Deluxe, uma guitarra linda, versátil e clássica. Olha ela aí embaixo.



Escolhi esta guitarra esta semana para a coluna por dois motivos: 1.Vale a pena falar das Vintage Modified – a Fender fez por merecer. 2. Já testei uma destas e posso garantir que é uma guitarra excelente, que não perde em nada para algumas versões das Fender mexicanas.

Na verdade, assim como na semana passada, estou falando de uma guitarra que, de alguma maneira, sou dono. A minha versão é a anterior a esta, um modelo que já saiu de linha, mas que deu lugar à Telecaster Deluxe. É a Squier Telecaster Custom. A diferença das duas é basicamente que a Custom tem um headstock modelo Tele, tarraxas modernas, e captadores mais tradicionais, menos vintage. Você pode ver uma foto da Custom em ação na minha foto de capa no show do Dia Mundial do Rock do Crossroads no Curitiba Master Hall, no meu perfil do Facebook: https://www.facebook.com/mack.karper .



Os diferenciais da Deluxe em relação à Custom são justamente o headstock modelo Fender Stratocaster (que faz parte da linha Fender, na qual a Deluxe foi baseada), as tarraxas vintage, igual às dos anos 60, e os captadores mais do que especiais Fender®-designed Wide Range, extremamente versáteis e dignos de uma Fender autêntica. Ou seja, a Squier está caprichando MESMO! Com as novas configurações das Vintage Modified, você não precisa mais personalizar sua guitarra, trocando captadores e dando um upgrade nela, pois elas já vêm mais do que preparadas (a minha Custom está com dois humbuckers Gibson 490T e 490R, pois na época as Vintage Modified não existiam). Agora você tem acesso a uma guitarra que já vem “tunada”.




No mais, a Telecaster Deluxe conta com braço formato “C” – extremamente confortável –, em maple (assim como a trasteira), 21 trastes Jumbo, dois knobs de volume e dois de tonalidade (assim como uma Les Paul), e passagem das cordas thru-body, vindo de trás do corpo, para uma maior vibração e sustain. O escudo da Deluxe, que se distribuiu praticamente pelo corpo todo, dá um toque todo especial ao visual dessa linda guitarra, lembrando desde guitarristas como Keith Richards até bandas indie mais modernas, que são frequentemente vistas usando a Deluxe ou suas semelhantes da Fender. A Deluxe vem nas cores preta e branca, ambas com escudo preto.




Vale lembrar que a Garagem tem a maior variedade de Squiers e Fenders à sua disposição e sob encomenda. Venha testar uma Vintage Modified (temos vários modelos)! A Garagem espera por você!

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Washburn HB30 Semi-Hollowbody Dual Humbucker


A guitarra desta semana foi escolhida por dois motivos. O primeiro e sempre presente é a qualidade, algum diferencial ou uma peça rara. O segundo, hoje, é pessoal: eu tenho uma destas e gostaria de compartilhar minha experiência de tocar numa Washburn HB30 há mais de 10 anos e estar muito mais do que satisfeito. Instrumentos assim, que sobrevivem (e melhoram) com o passar do tempo, merecem todo nosso respeito e admiração!

Lembro que comprei esta guitarra na Argentina, numa loja incrível, em um porão. Minha primeira escolha foi uma Epiphone Champagne Supernova Noel Gallagher Signature azul clara, maravilhosa. Toquei nela por um bom tempo e já estava praticamente levando quando vi uma HB30 vermelha, também linda, em uma das vitrines escuras que cercavam todas as paredes. “Não custa tentar”, pensei, mesmo estando seguro de que a Noel Gallagher já era minha. Grata surpresa! Apesar da Epiphone ser demais – e ainda ser uma signature, o que a torna muito mais valiosa na hora de vender, além de ter todo um status –, não pude ignorar o fato de que o som da HB30 dava de 10 (para o meu gosto) na Noel (que já era muito boa). A Washburn tinha algo de agressivo, um misto de Les Paul com o som da semi-acústica também presente. Olha ela aí embaixo.





Na hora de perguntar o preço, mais uma boa notícia: a HB30 era três vezes mais barata que a Noel Gallagher. Mas garanto: de forma injusta, porque a qualidade, mesmo após quase 15 anos, contínua fantástica. Não deu outra. Levei a Washburn.
Mais tarde, pesquisando o que a tornava tão especial, descobri que esta é uma “semi-semi-acústica”, pois ela tem blocos de madeira maciça dentro do corpo para soar mais “pesada”, mais “firme” que uma semi normal. Daí minha sensação de estar tocando numa espécie de Les Paul quando a testei pela primeira vez! O sustain da HB30 é incrível e é uma guitarra que dificilmente vai lhe causar qualquer problema de microfonia. Para fazer com que ela saia de controle você terá que lutar muito, realmente se dedicar a isso ;-)



O corpo e o braço da HB30 são em maple e a trasteira é em rosewood, com marcações bolinha e frisos no braço e no corpo, dando um toque sofisticado a uma guitarra extremamente versátil. A mão, com seu losangos, o logo da Washburn e a plaqueta inscrita com HB30, não perde nada quando comparada às típicas mãos de guitarras custom. Coisa fina. A HB30 vem ainda equipada com tarraxas Grover e um humbucker Dual 621 no braço e um Dual 623 na ponte, que funcionam tanto para um british rock quanto para sons mais leves como jazz e fusion. Dois controles de volume e dois de tonalidade, além de uma ponte no estilo Les Paul, fazem desta guitarra uma preciosidade a um custo totalmente acessível. Sempre que ouço falar na HB30 o comentário é o mesmo: como uma guitarra tão boa pode ter um preço tão confortável?







A Washburn HB30 vem em duas cores: vermelha e sunburst. Ambas são multilaminadas e a pintura é feita de modo que possamos ver o desenho da madeira por baixo, tornando seu visual fino e vintage ao mesmo tempo, além de tornar cada exemplar único, pois cada madeira terá seu próprio desenho. Pra fechar com chave de ouro, a HB30 ainda vem com case duro incluído!! Quer notícia melhor, depois de ter me apaixonado pela guitarra? Desculpe Noel, sua guitarra é maravilhosa (ainda quero achar uma, pois não a fabricam mais), mas naquele momento a HB30 conseguiu o que queria: uma moradia permanente no Brasil!


Venha visitar a Garagem e conhecer as mais diversas marcas e estilos de instrumentos, amplificadores e acessórios. Com certeza algum tem o seu tamanho exato! Esperamos você! Até a semana que vem!






quarta-feira, 14 de maio de 2014

Radiohead, Kid A e Ondes-Martenot

Caros leitores, primeiramente gostaria de me apresentar. Meu nome é Felipe Ayres, sou curitibano, músico, compositor e também lido com pós produção de áudio. A convite do meu querido amigo Luciano, estou aqui pra postar periodicamente textos, imagens e vídeos sobre música, porém sempre tentando fazer um paralelo com áudio e tecnologia (e preferencialmente o lado B dela). Isso nos levará a falar bastante de música eletrônica (ou da eletrônica na música) e trazer reviews de equipamentos interessantes.
  
Pra começar a conversa; Radiohead, Kid A e Ondes-Martenot! Falar bem de Radiohead pode ser uma redundância. Como fã da banda, fazer review de algum álbum acredito que já seria desnecessário. No entanto, escolhi o Kid A para que eu pudesse fazer o link com esse instrumento bastante desconhecido e peculiar,  que talvez teria virado somente história se não fossem por algumas pessoas que ainda o perpetuam.

Sim, se você curte Radiohead, é óbvio que você curte o Ok Computer, não é? quem não? Mas para o próprio Thom Yorke, o OK Computer os jogou num lugar que ele definitivamente não queria estar. E agora, com uma obra prima em mãos, o que viria a seguir? Corresponder as expectativas não seria nada fácil. E então lançaram o KID A.



Pra mim, definitivamente um dos melhores da banda, e apoio completamente a escolha de terem ido para um lado muito diferente do OK Computer (que teria sido provavelmente o movimento mais conveniente para muitas bandas experimentando o sucesso).

O Kid A traz “How to Disappear Completely”; música composta por Yorke na época do OK Computer, contando exatamente essa experiência horrível da fama e de “como desaparecer completamente”. Mas além disso, o álbum veio repleto de elementos eletrônicos, e em sua grande maioria, analógicos. Não é novidade que Thom Yorke sempre quis fazer um trabalho assim e que se pudesse, faria o Radiohead ter soado como Aphex Twin há muito tempo. Falemos então do assunto principal deste post: o Ondes-Martenot.

Neste video de "Cymbal Rush" (do álbum solo de Yorke), vemos o genial Greenwood usando um 
instrumento bem atípico, com teclas e uma linha metálica presa por um anel.

 


Pois é, esse ainda não é o Ondes-Martenot propriamente dito, mas é o irmão portátil que o 
Greenwood desenvolveu com uma empresa britânica, para que ele não precisasse levar em 
viagens o seu raríssimo Ondes-Martenot original.

Abaixo estão algumas fotos de um instrumento original com seus auto-falantes:




Dá pra perceber que o ele é nada portátil e pela raridade, é extremamente arriscado e complicado de se transportar.

Falando rapidamente sobre a história desse instrumento eletrônico (para que o post não fique muito grande), ele foi criado pelo francês Maurice Martenot em 1928 e traz um som semelhante ao Theremin. No entanto o controle sobre as notas no Ondes-Martenot é completamente diferente e mais versátil. Baseado em osciladores e geradores de frequência, ele traz esse arame por onde o controle das notas é feito em forma de glissando (com todos os comas ou notas entre as notas). Com a mão esquerda, controla-se a intensidade e a articulação do som através de um botão sensitivo chamado "touche". O instrumento também traz vários auto-falantes diferentes que ajudam a formar o timbre do instrumento.


  
O Ondes-Martenot já não está em produção desde 1988, porém uma nova empresa começou a construir o mesmo instrumento, mas com o nome de Óndea e custa uma fortuna (sim, já perguntei, pois ainda sonho em tocar). Grandes nomes como Christine Ott (integrante da banda de Yann Tiersen com quem já tive o prazer de conversar pessoalmente), Thomas Bloch e o próprio Jonny Greenwood fazem o instrumento ser um pouco mais conhecido e apresentam concertos específicos para o Ondes-Martenot.

Se você quer aprender a tocá-lo, sinto informá-lo que não é nada fácil achar algum conservatório que o ensine. A grande concentração de professores se encontra na França, e acredito ser a melhor chance para poder por as mãos num desse. Como um grande entusiasta do instrumento, há muitos anos pesquiso sobre, com a esperança de um dia poder ir até um desses conservatórios ao menos pra ver um de perto.

Como a idéia aqui não é criar algo muito extenso e técnico, fico a disposição para quaisquer dúvidas que os nobres leitores tiverem sobre esse ou outros assuntos relacionados. Se quiser entrar em contato é só acessar meu site www.felipeayres.com ou me mandar um e-mail no contact@felipeayres.com


Muito obrigado e até a próxima!