sábado, 27 de junho de 2015

PRS S2 Standard 24 Bird Inlays

Talvez seja impressão minha, mas as guitarras PRS, por algum motivo, não são uma unanimidade em termos de popularidade em comparação às Fender e Gibson. Mas quem conhece sabe que a marca é impecável nos instrumentos que fabrica. Ao mesmo tempo em que você encontra aquelas pessoas fissuradas em PRS, que encaram a marca como algo especial, diferenciado, tem também aqueles que de alguma forma sentem que as PRS são guitarras “quase-Gibson”, porém nunca chegando a ter aquela pegada e visual mais rock ‘n’ roll que as Les Pauls, as SGs e as Firebirds têm. Claro que isso é só opinião. Mas mesmo assim não é tão comum você ver PRSs nas mãos de tantos artistas assim. Alguns que me vêm à cabeça são o eterno PRS-crazy Carlos Santana, a ex-guitarrista do Michael Jackson e do Alice Cooper, Orianthi (que conseguiu seu endorsment da marca pelo Santana), a guitarrista do Prince, Donna Grantis, e o vocalista do Nickelback, Chad Kroeger. Só por aí (independente do que falam), você já pode sentir a versatilidade das PRS.


A linha S2 Standard 24 é o que a PRS chama de “um clássico reimaginado”. Isso porque as PRS Standard foram originalmente introduzidas no mercado em 1987. Esta nova edição procura se basear nas originais da década de 80, porém com uma pegada mais versátil, oferecendo uma guitarra que nas próprias palavras de seus fabricantes, “serve tanto para quem quer tocar direto plugado no amplificador, como para quem gosta de uma tonelada de efeitos”. Com um corpo double cutaway em mahogany maciço, a S2 Standard 24 oferece ressonância e vibração sonoras de alta qualidade, assim como um sustain inigualável. O braço, colado, também em mahogany, faz com que esta guitarra seja feita inteiramente de uma madeira que provoca tonalidades quentes, suaves e sem aquela agressividade indesejada, típica de algumas madeiras que valorizam frequências médias de forma exagerada.

A trasteira, em rosewood, vem com 24 trastes medium jumbo, como é a proposta desta linha, que já define esta característica no seu título. A escala tem 25” e as marcações são as tradicionais “Bird” da PRS. Vale lembrar que a marca oferece uma versão da S2 Standard com marcações dot (bolinha), a um preço reduzido.



Na parte elétrica, a S2 Standard  vem com dois humbuckers dignos de uma grande guitarra. Na posição do braço, um S2 HFS Vintage Bass, e na posição da ponte, um S2 HFS Treble. Como os nomes já dizem, estes captadores têm a mesma “origem” de proposta, mas são claramente feitos cada um para sua posição: um valorizando os graves e o peso necessários para situações de menos ataque, e outro valorizando os médios e agudos para poder tocar com agressividade e qualidade juntas. A PRS fez questão de manter estes humbuckers aparafusados no escudo, diferentemente de outros modelos, onde os captadores são aparafusados no corpo. Segundo os técnicos, apesar das variações, a S2 Standard tem de manter o máximo de características tradicionais da guitarra na qual foi baseada. Temos dois knobs, um de master volume e um de tone control, ou seja, ambos controlam os dois captadores. A chave seletora é a tradicional de três posições.


As ferragens são cromadas e de uma qualidade digna de uma guitarra Made in USA. A S2 Standard conta com um tremolo/vibrato original da PRS, tarraxas PRS S2 Locking (com trava) para um controle de afinação o mais preciso possível. Esta é uma guitarra versátil também nas suas opções de cores, que são muitas: Antique White, Vintage Cherry, McCarty Tobacco Sunburst, Black, Sienna, Vintage Mahogany e a mais-do-que-vintage Seafoam Green. A S2 Standard vem com seu próprio gig bag, mas um hard case pode ser comprado separadamente.


E é isso esta semana, pessoal! Venham visitar a Garagem sempre que quiserem!



sábado, 20 de junho de 2015

Washburn N4 Nuno Bettencourt Signature

E já que tivemos o show do Extreme recentemente por aqui, resolvi escolher a Washburn N4 Nuno Bettencourt Signature para a coluna de hoje. Quem foi no show com certeza ficou impressionado não só com a banda toda, mas principalmente com a pegada, a precisão e o timbre de Nuno Bettencourt e sua N4. Para mim, pelo menos foi um dos shows desse estilo de música que mais mostrou nível de musicalidade e profissionalismo até agora. Para quem acompanha a carreira de Nuno e do Extreme, a N4 não é uma guitarra “estranha”, afinal ele já usa esse modelo desde o início dos anos 90. Na época dos álbuns solos de Nuno, a Washburn fez um modelo um pouco mais tendendo para o vintage, mas a ideia não colou. Nuno Bettencourt voltou com sua N4 (que no show tinha o adesivo ao contrário – 4N).



A Washburn N4 foi originalmente lançada em dezembro de 1990 e feita nos moldes das preferências de Nuno Bettencourt, juntamente com a Washburn, baseada em uma guitarra “Frankenstein” que ele usava e que era feita com um corpo Schecter e um braço Mamoth. A partir disso, foi-se formando o que seria uma guitarra perfeita em tamanho e sonoridade para o guitarrista do Extreme. Os primeiros modelos foram a N4 (a top de linha) e a N2, um modelo mais simples. Através dos anos muitas variações foram criadas, dentre elas a sete cordas N7, a 12 cordas N12 e a mais-do-que-barata e para iniciantes N1.

O corpo da N4 é feito de alder sólido e o braço é em maple. Tanto a madeira quanto as ferragens são envelhecidas “em laboratório” para dar aquele look “quase estragado”, mas com o charme de uma guitarra que já foi muito usada. Apesar de Nuno ser considerado um guitar-hero, a trasteira em ébano da N4 tem 22 trastes e não 24, como é comum em guitarristas mais virtuosos, que querem duas oitavas completas para cada corda. Como você pode ver pela foto, a trasteira não tem marcações de casas. Estas estão apenas na parte de cima, onde a trasteira encontra o braço e, portanto, só o próprio guitarrista consegue vâ-las.


Na parte elétrica, a Washburn N4 conta com dois humbuckers. Um Seymour Duncan ’59 na posição do braço e um Bill Lawrence L-500 na posição da ponte. O som dessa guitarra ao vivo é exatamente o que você escuta em álbuns clássicos do Extreme com Pornograffitti e Three Sides to Every Story, além do pouco reconhecido Waiting for the Punchline, já lançado na época do grunge e da decadência do hard rock anos 80. Peso, brilho, definição e clareza incríveis, que com certeza se maximizam ainda mais na mão perfeita de Nuno, que não vacila um segundo e está sempre consciente de nota por nota do que está tocando.


As ferragens, em preto (e às vezes em edições com tarraxas em prata e em outras com todas as ferragens em dourado), contam com uma ponte original Tremolo Floyd Rose, lock nut no encontro do braço com o headstock que possui um sistema anti-buzz, o Buzz Feiten Tuning System, e tarraxas Grover 18:1. A junção do headstock e do braço é especial, com tecnologia desenvolvida por Stephen Luthier. Se você prestar atenção, verá que o headstock da N4 é bastante inclinado para trás, diferentemente dos headstocks mais tradicionais da Fender, ou até mesmo da Gibson, que possuem uma inclinação mais leve. Estranhamente, em uma guitarra tão especial e cara (cerca de US$2500 nos EUA), a N4 não vem com hard case, apenas com um gig bag. Mas você pode comprar seu case separado.


Bom fim de semana a todos! Esperamos vocês aqui na Garagem!




terça-feira, 9 de junho de 2015

A segunda peça mais importante da bateria

Olá pessoal ! Vamos para mais uma matéria aqui no Blog da Garagem !

Vamos tratar de falar um pouco sobre a segunda peça mais importante da bateria. "Ahhh Joel, agora sim, né? Vamos falar dos pratos, da caixa?..." Respondo: não !!!
A segunda peça mais importante da bateria, na realidade está fora da bateria, porém muito ligada a você, baterista. Sabe qual? AS BAQUETAS! Sim, meu caro batera, as baquetas! Lá vem de novo aquele ou aquela que quis economizar e comprou 10 pares sem marca, por "deizão" cada par, num oferta na loja (geralmente ficam num baldão no balcão!). Péssima, péssima ideia !
A baqueta está diretamente conectada à sua mão. É ela que vai receber e transmitir toda a energia gerada no impacto no tambor ou pratos. Você já deve ter visto aqueles vídeos em super-slow motion mostrando como reagem peles e pratos ao impacto do toque de um baterista, certo?
Então, a mesma energia se transfere para as suas mãos. Pense nisto! Justamente por isto é que um bom par de baquetas vai assegurar uma resposta adequada.
Mas como comprar um par de baquetas de qualidade? Bem, existem diversas marcas no mercado hoje em dia. Nacionais e importadas. Pessoalmente uso desde 1994 a marca Vic Firth, mas você pode escolher marcas e modelos que lhe agradem. Não pense apenas no bolso e sim na qualidade de resposta da baqueta, que vai influenciar diretamente na sua técnica. Quando visitar uma loja para comprar novas baquetas, peça para testar o par rolando-as em uma superfície lisa e reta. Repare se, ao rolar, elas mostram algum problema na estabilidade.


Por exemplo, se uma delas ou ambas estiverem empenadas, vão rolar "como uma banana", tortas. Você vai reparar.

Este é um teste inicial. Depois, você pode observar se existem muitas ranhuras ou algum tipo de pequena ferpa no corpo da baqueta. Estes podem ser pontos de fragilidade e na primeira virada você pode acabar quebrando. 




A seguir, coloque as baquetas de pé, juntas, para ver se estão alinhadas em tamanho e corte do pescoço (shape).


Se estiver tudo certo, parta para o teste final : peça ao lojista um pad de estudo e toque um pouco no pad. Alguns toques simples e duplos são suficientes para você sentir a pegada das baquetas. Você também pode tentar sentir o peso de cada uma delas. Já é um pouco mais difícil, mas se forem muito diferentes, você vai perceber e deixar de lado. Como na matéria passada, sugiro não economizar nas escolha das baquetas, porque sim, baquetas ruins ou muito ruins, vão afetar seu "play"!

As boas marcas tratam as baquetas de modo altamente tecnólogico na hora da fabricação. Medem a resposta de cada baqueta, peso, shape, ângulos etc. Existem vários víideos na web onde você pode perceber este processo. Particularmente indico baquetas de madeira chamada Hickory, mas existem outras diversas madeiras, bem como modelos. Mas para este assunto em especial, vamos aguardar uma nova matéria bem interessante ! Abraços.

sábado, 6 de junho de 2015

Fender Jim Adkins JA-90 Telecaster

Seguindo o astral da minha última coluna, na qual falei sobre a signature Richie Kotzen, esta semana vou falar de um modelo signature também. Desta vez é a do vocalista e guitarrista da banda Jimmy Eat World, Jim Adkins. Você pode não ter ouvido falar muito dele, mas não importa. O que realmente importa aqui é que esta Telecaster é uma história à parte e um modelo mais do que especial, que merece ser visto de perto. Só batendo o olho já dá pra perceber que estamos falando de uma Tele totalmente modificada e adaptada para ser um instrumento excepcional e único. Vamos lá então!


Diferentemente de outros casos, onde a marca de guitarras vai atrás do artista de sucesso, a parceria entre Jim Adkins e a Fender começou com a procura dele pela marca. Jim tinha modificado suas próprias Teles e propôs à Fender fazer um modelo baseado nessas guitarras e que fosse bastante atraente para amantes de guitarras diferenciadas.

A Telecaster Jim Adkins possui um corpo hollow-body em ash e um braço em mahogany. Detalhe importante – e que você pode em fotos abaixo –, é que o braço é colado no corpo, o que é fora dos padrões das Telecasters e da Fender em geral, onde os instrumentos têm os braços aparafusados. O formato do braço é o chamado “C modern”, baseado no tradicional “C”, porém um pouco mais fino, para uma mobilidade mais fácil ao longo das oitavas. A trasteira é em rosewood com 22 trastes medium jumbo e marcações dot, uma das poucas características tradicionais de uma Fender.


Na parte elétrica, a Jim Adkins conta com dois captadores single-coil Seymour Duncan P-90, mas cada um com uma característica. O da posição do braço é um SP90-1 Vintage, feito com as bobinas mais curtas e largas, proporcionando um nível de saída mais potente e a região de frequências médias mais acentuadas do que captadores single-coil tradicionais de Telecasters e Stratocasters. Na posição da ponte, um SP90-3B Vintage, feito com ímãs de cerâmica, com um output alto, mais ataque e compressão natural do que os P-90 tradicionais que você encontra nas próprias guitarras da Fender.


Na parte de controles e ferragens, pode-se dizer que a Telecaster Jim Adkins é praticamente uma Les Paul. Os quatro knobs têm a configuração de dois knobs de volume e dois de tonalidade, cada um para cada captador. A chave é de três posições, assim como as Les Paul também. As ferragens, cromadas, contam com uma ponte Adjusto-Matic, com o visual idêntico aos mais tradicionais modelos da Gibson. Como você pode ver pelas fotos abaixo, esta Tele é inteira pintada, inclusive o headstock, diferentemente da maioria das Fenders, em que o braço e o headstock são frequentemente na cor original da madeira, às vezes com um verniz por cima ou apenas um selador. O case da Jim Adkins não está incluído, mas pode ser comprado separadamente.


Bom fim de semana a todos! Esperamos vocês aqui na Garagem!