E já que tivemos o
show do Extreme recentemente por aqui, resolvi escolher a Washburn N4 Nuno
Bettencourt Signature para a coluna de hoje. Quem foi no show com certeza ficou
impressionado não só com a banda toda, mas principalmente com a pegada, a
precisão e o timbre de Nuno Bettencourt e sua N4. Para mim, pelo menos foi um
dos shows desse estilo de música que mais mostrou nível de musicalidade e profissionalismo
até agora. Para quem acompanha a carreira de Nuno e do Extreme, a N4 não é uma
guitarra “estranha”, afinal ele já usa esse modelo desde o início dos anos 90. Na
época dos álbuns solos de Nuno, a Washburn fez um modelo um pouco mais tendendo
para o vintage, mas a ideia não colou. Nuno Bettencourt voltou com sua N4 (que
no show tinha o adesivo ao contrário – 4N).
A
Washburn N4 foi originalmente lançada em dezembro de 1990 e feita nos moldes
das preferências de Nuno Bettencourt, juntamente com a Washburn, baseada em uma
guitarra “Frankenstein” que ele usava e que era feita com um corpo Schecter e
um braço Mamoth. A partir disso, foi-se formando o que seria uma guitarra
perfeita em tamanho e sonoridade para o guitarrista do Extreme. Os primeiros
modelos foram a N4 (a top de linha) e a N2, um modelo mais simples. Através dos
anos muitas variações foram criadas, dentre elas a sete cordas N7, a 12 cordas
N12 e a mais-do-que-barata e para iniciantes N1.
O
corpo da N4 é feito de alder sólido e o braço é em maple. Tanto a madeira
quanto as ferragens são envelhecidas “em laboratório” para dar aquele look “quase
estragado”, mas com o charme de uma guitarra que já foi muito usada. Apesar de
Nuno ser considerado um guitar-hero, a trasteira em ébano da N4 tem 22 trastes
e não 24, como é comum em guitarristas mais virtuosos, que querem duas oitavas
completas para cada corda. Como você pode ver pela foto, a trasteira não tem
marcações de casas. Estas estão apenas na parte de cima, onde a trasteira
encontra o braço e, portanto, só o próprio guitarrista consegue vâ-las.
Na parte elétrica, a
Washburn N4 conta com dois humbuckers. Um Seymour Duncan ’59 na posição do
braço e um Bill Lawrence L-500 na posição da ponte. O som dessa guitarra ao
vivo é exatamente o que você escuta em álbuns clássicos do Extreme com
Pornograffitti e Three Sides to Every Story, além do pouco reconhecido Waiting
for the Punchline, já lançado na época do grunge e da decadência do hard rock
anos 80. Peso, brilho, definição e clareza incríveis, que com certeza se
maximizam ainda mais na mão perfeita de Nuno, que não vacila um segundo e está
sempre consciente de nota por nota do que está tocando.
As ferragens, em
preto (e às vezes em edições com tarraxas em prata e em outras com todas as
ferragens em dourado), contam com uma ponte original Tremolo Floyd Rose, lock
nut no encontro do braço com o headstock que possui um sistema anti-buzz, o
Buzz Feiten Tuning System, e tarraxas Grover 18:1. A junção do headstock e do
braço é especial, com tecnologia desenvolvida por Stephen Luthier. Se você
prestar atenção, verá que o headstock da N4 é bastante inclinado para trás,
diferentemente dos headstocks mais tradicionais da Fender, ou até mesmo da
Gibson, que possuem uma inclinação mais leve. Estranhamente, em uma guitarra
tão especial e cara (cerca de US$2500 nos EUA), a N4 não vem com hard case,
apenas com um gig bag. Mas você pode comprar seu case separado.
Bom
fim de semana a todos! Esperamos vocês aqui na Garagem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário