sábado, 31 de janeiro de 2015

Fender Jim Root Stratocaster

Esta semana a ideia é manter a linha de instrumentos das últimas colunas, mas ao mesmo tempo não manter. Basicamente estamos tratando de mais uma guitarra da família Fender e Cia, mas, diferentemente do que vínhamos vendo, hoje temos aqui uma guitarra mais moderna, apesar de suas raízes tradicionais. E parece que esse é o sinal dos tempos atuais: ao invés de ver um guitarrista de heavy metal tocar invariavelmente com um Jackson, Dean e outras do estilo, também é muito comum vermos marcas como a Fender e a Gibson “ajustando” seus intrumentos para proporcionar um resultado “hi-tech” sem perder a tradição. E é esse o caso da Fender Jim Root Stratocaster.


Conhecido através das bandas Slipknot e Stone Sour, Jim Root tem três modelos signature na Fender: esta Stratocaster, uma Telecaster e uma Jazzmaster, além de um modelo simplificado que é vendido pela Squier. São basicamente guitarras “clean”, em preto ou branco, sem marcação nos trastes (apenas na lateral do braço) e ferragens e captadores pretos, criando um visual limpo e com um toque “tecnológico” em shapes de guitarras vintage e tradicionais como esses da Fender que mencionei. A Jim Root Stratocaster foi feita para tocar metal.


Olhada de longe, esta guitarra parece ser branca, mas em um segundo olhar, podemos ver que é, na verdade, o famoso White Blonde, que é quase um creme e que tende a ficar ainda mais tonalizado com o passar do tempo. O corpo é de mahogany e o braço em maple com um shape “C”, tradicional da Fender. O headstock é aquele que chamam de “oversized”, similar às Stratos de Richie Blackmore, mas ainda assim com curvas um pouco modificadas para melhor se encaixar em uma proposta moderna da Fender. A trasteira é em maple e vem com 22 trastes jumbo, especialmente projetados para facilitar o “shredding”, ou seja, uma maior velocidade na hora de tocar.


Quando o assunto é captação, a coisa fica ainda mais heavy: a Jim Root Stratocaster conta com dois humbuckers ativos, um EMG-60 na posição do braço e um EMG-81 na posição da ponte. As tarraxas Fender Deluxe são também na cor preta, assim como as demais peças. Diferentemente de outras Stratos, a Jim Root vem apenas com um knob, de volume. A chave seletora tem três posições, tradicionalmente como as guitarras que têm dois humbuckers possuem. Como não poderia deixar de ser, este modelo vem com case especial incluído.



Confiram os outros modelos Jim Root da Fender! Vocês vão gostar!

sábado, 24 de janeiro de 2015

G&L Tribute Fallout

Após algumas semanas dedicadas a guitarras da linha Fender, hoje vamos falar de um modelo mais alternativo, o Tribute Fallout da G&L. Vale lembrar que a G&L é uma marca fundada por Leo Fender, então todo seu conhecimento e criatividade foram levados para os modelos que a fábrica criou. A proposta vintage permaneceu com a G&L e você pode conferir toda uma linha de pensamento bastante coerente nas guitarras da marca, sempre priorizando um design e uma “tocabilidade” baseada em linhas clássicas que, mesmo quando modificadas para propostas alternativas (como a Tribute Fallout), oferecem um instrumento clássico e imortal.


Apesar do corpo pequeno, a Fallout tem como um de seus objetivos oferecer um instrumento que tenha bastante sustain. Este modelo conta com o shape SC-2 original feito por Leo Fender e agrada principalmente músicos que tenham uma caída por guitarras não convencionais. Geralmente os guitarristas que gostam deste tipo de shape são os menos focados em grande técnica e solos mirabolantes, e tendem a ser mais aqueles que curtem uma base alternativa, arranjos de guitarra ao invés de riffs ou que toquem e cantem ao mesmo tempo. Raramente (ou nunca) você verá um virtuoso tocando em uma guitarra destas, até porque a construção e o conforto de uma guitarra como a Tribute Fallout residem em oferecer detalhes a uma música através de frases, acordes e uma musicalidade mais “integrada” ao som.


A Fallout Tribute conta com um corpo em mahogany e um braço em maple “hard rock”, como os americanos chamam. É um maple pesado, visando uma construção firme, apesar da aparência frágil da guitarra. A trasteira é em rosewood e 22 trastes medium jumbo em níquel. O braço tem um formato shape C médio, nem tão robusto e nem muito fino. O headstock é tradicional da G&L, com um shape inconfundível. A versão deste headstock na Fallout é um pouco mais fino que em outros modelos, coerente com algumas guitarras da década de 80 que a G&L lançou.


Os caps e o setup desta guitarra são um bom diferencial. A Tribute Fallout conta com dois captadores de Alnico Paul Gagon, um G&L AP4285B P-90 na posição do braço e um humbucker G&L AW4470B na posição da ponte. Este último pode ser “splitado” para um single coil pelo sistema push/pull do knob de volume. Este modelo conta ainda com um knob de tonalidade e uma chave seletora clássica de três posições. As cores disponíveis neste momento são as da foto acima, azul, preto e vermelho, mas você com certeza pode encontrar outras cores e diferentes tonalidades de escudo, inclusive modelos com finalização em sparkle. É questão de ficar de olho! Confir o vídeo abaixo e curta um pouco da Tribute Fallout.



Bom fim de semana a todos! Apareçam na Garagem!



sábado, 17 de janeiro de 2015

Squier Classic Vibe Stratocaster '50s

Se você acompanha a coluna deve ter percebido que nas várias últimas semanas tenho focado em guitarras da linha Fender e Squier. E hoje vou dar continuidade a isso com uma guitarra que merece seu espaço. É a Squier Classic Vibe Stratocaster ‘50s. Esta é uma linha bastante diferenciada da Squier e sua faixa de preço está praticamente colada às Fender mais baratas. Com isso, muita gente prefere comprar uma Fender, já que o status e o preço de venda podem ser maiores. Mas eu diria que se você quer uma guitarra de qualidade, vale a pena testar uma por uma de ambas as marcas e chegar à sua própria conclusão. Esta guitarra foi uma surpresa para mim e aposto que será para muitos.


Diferentemente de alguns modelos da Fender e Squier que têm como objetivo recriar modelos de uma determinada época, a Classic Vibe é, na verdade, uma guitarra que pretende resgatar o feeling das primeiras Squier que foram lançadas em 1982. As Squier dessa época eram conhecidas por unir qualidade, preço e “vintage vibe” ao mesmo tempo. Essas guitarras são procuradas por colecionadores até hoje. Com isso em mente, a Squier decidiu colocar no mercado uma linha de instrumentos que capturasse essas características, porém dando um toque de modernidade para que o conforto de modificações feitas mais tarde também fossem um atrativo para o guitarrista.


Uma vez que você pega numa Classic Vibe Stratocaster ‘50s você já sente que estamos falando de Fender. Esta guita vem com um corpo em alder um pouco mais fino do que as Stratocasters americanas e as Squier de 1982. O braço em maple e shape em C vem com acabamento em gloss e 21 trastes medium jumbo, já visando um conforto maior na hora de digitar. Uma das coisas que me chamaram a atenção nesta guitarra foi a tensão das cordas. Se você usar cordas .010, parece que está usando .011. Se usar .009, parece que está tocando com .010. Ou seja, a pegada é sempre maior do que o normal de outras guitarras. Aí você tem duas opções: ou encara suas cordas tradicionais e manda ver na força pra compensar a tensão, ou usa cordas mais leves pra tocar como sempre tocou. Confesso que no começo fiquei meio incômodo com a tensão adicional, mas logo me acostumei e gostei. Depois de um tempo você sente que a guita exige de você um comprometimento maior. Ela quase pede pra você se esforçar mais!


As tarraxas desta guita são as vintage-style, aquelas com um visual bem antigo e tradicional, assim como a ponte, ambas mantendo um padrão de linguagem coerente com a proposta do modelo. Os captadores foram uma escolha bem caprichada da Squier: 3 single coils Custom AlNiCo III, com visual envelhecido, assim como os knobs de volume e tonalidade. Esta guitarra vem em três cores: 2-color Sunburst (com escudo branco), Arctic White (com escudo em aço escovado dourado) e Vintage Green (com escudo branco). Na minha opinião, as três cores caíram perfeitamente com a proposta desta linha. As três têm classe e acabamento de uma verdadeira Fender.


E é isso por hoje! Bom fim de semana a todos! Apareçam na Garagem!




sábado, 10 de janeiro de 2015

Fender Chris Shiflett Telecaster Deluxe

A vantagem de escrever sobre guitarras é que nunca, absolutamente nunca você fica sem assunto. São pilhas e pilhas de instrumentos maravilhosos através de décadas de música. Semana passada falei de uma Telecaster e esta semana será a vez de outra, a Chris Shiflett Telecaster Deluxe, que não só merece um dia dedicado a ela por ser uma guitarra fantástica, como o assunto vem a calhar às vésperas dos shows do Foo Fighters no Brasil. Chris e a Fender criaram uma guitarra extremamente flexível em termos de sonoridade, pois Shiflett toca rock com o FF, mas também é um músico de country, como você pode conferir em seu projeto paralelo Chris Shiflett & The Dead Peasants.


A Chris Shiflett Telecaster Deluxe é baseada no modelo de 1972 da Fender, preferida de Chris há muito tempo. Seu visual é similar àquelas Telecasters que frequentemente você vê Keith Richards usando, porém com dois humbuckers ao invés dos modelos com um single na ponte. A Squier também teve por muito tempo a Telecaster Custom I e II, a primeira com dois humbuckers (e um design igual à Chris Shifflet, exceto pelo headstock) e a segunda com dois caps P90 Duncan Designed. O modelo CS vem na cor branca e com um escudo pearloid (o próprio Chris às vezes usa um escudo pearloid azul, também lindo). Seguindo a proposta da Tele Deluxe ’72, o headstock é da Stratocaster anos 70, maior que os modelos mais antigos como das guitarras de Eric Clapton, quase sempre com um headstock menor.


A CS vem com uma trasteira escura, em rosewood e 21 trastes médium jumbo. A ideia desta guitarra é abranger uma vasta gama de possibilidades tanto em termos de timbre como em comfortabilidade. Você pode tirar timbres pesados e distorcidos dela e ainda assim tocar blues e country dentro de uma zona de conforto e naturalidade bastante grandes. A ideia da Fender foi fazer um guitarra que mescla a linguagem do grunge moderno sem perder características tradicionais de uma guitarra clássica e maleável sonoricamente. Os captadores escolhidos para a CS são dois humbuckers custom especialmente feitos para ela, um New CS1 na ponte e um New CS2 no braço.


Como você pode ver nos detalhes acima, o headstock vem com a assinatura de Chris Shiflett, a finalização do braço e headstock são em gloss (algo que alguns guitarristas não gostam por “grudar” a mão de quem sua muito), as tarraxas são as vintage F-style e o tensor é o modelo “bullet”, visível pela parte da frente do headstock. As ferragens são cromadas e os knobs (2 de volume e dois de tonalidade) são “amp-style”, imitando os knobs de amplificadores Fender vintage. O case abaixo vem junto!


Esta é uma guita Made in Mexico. Vale lembrar que grandes modelos hoje em dia são feitos no Mexico, como por exemplo as Roadworn, e até mesmo na China, como as novas Coronado. O nível dessas guitarras é realmente muito bom, e qualquer um que testar uma delas vai deixar qualquer tipo de preconceito que possa ter de lado. Até mesmo a série Vintage Modified da Squier é muito bom.
Curtiu? Venha testar porque aqui na Garagem tem!




sábado, 3 de janeiro de 2015

Fender Custom Shop Double TV Jones Relic Telecaster with Bigsby

Confesso que fiquei na dúvida sobre qual guitarra escrever nesta semana. Pra começar o ano, senti que devia escolher algo especial, diferenciado, uma guitarra diferente das outras. Depois de pensar bastante, resolvi ficar com este modelo totalmente exclusivo da Fender. A Telecaster é uma dos modelos que eu mais gosto, e as variações que podem ser feitas com ela são inúmeras sem “desconfigurar” seu astral. Você pode transformá-la em quase todos os tipos de guitarra e ainda assim manter um astral Telecaster, coisa que várias outras guitarras não permitem. Este é um modelo Custom Shop, com direito a Bigsby e uma configuração de captadores bastante especial. É a Double TV Jones Relic with Bigsby.


Como você pode ver pelas fotos, este modelo segue a linha de uma Roadworn no sentido de que é fabricada para parecer usada, como se já estivesse na estrada há algum tempo. O corpo e o formato do headstock são tradicionais da Telecaster, mas os detalhes que a diferenciam de uma Tele normal logo tomam conta do ambiente. O corpo é maciço e de okume, uma madeira mais rara de ser encontrada em guitarras. O acabamento é em gloss de nitrocelulose, assim como o headstock, que vem com a parte da frente na mesma cor do corpo. Este modelo vem em várias cores, mas a mais tradicional é este azul que escolhi para as fotos da coluna (e também minha cor preferida).


O braço desta relic é em maple, no formato “C” 60’s e tem uma escala de 25,5”. Assim como outras Teles, o braço é aparafusado e a regulagem do tensor é o que chamam de standard (com abertura pelo headstock, evitando os modelos mais antigos, que exigiam que você removesse o braço para regular o tensor). A trasteira é em ébano, com marcações bolinha e 22 trastes. Tanto o corpo quanto o braço, o headstock e a trasteira possuem o que se chama o “relic treatment”: um acabamento que dá a impressão de ser envelhecido, porém mais direcionado a um suposto uso “orgânico” e não exatamente igual às Roadworn, que pretendem envelhecer o instrumento simulando um uso mais abusivo.


Na parte elétrica, como o próprio nome já diz, esta Tele vem com dois captadores Fender Custom Shop TV Jones, bastante especiais em termos de timbre. Pra quem nunca ouviu falar, os TV Jones no estilo Filter’Tron são humbuckers com ímãs de alnico duas vezes maiores que os dos modelos PAF. O resultado é um timbre mais consistente e com bastante “power”. Estes TV Jones são feitos com componentes Made In Usa, garantindo a qualidade desta super guitarra. As tarraxas são Schaller e o tremolo Bigsby é um modelo licenciado pela própria Fender, como você pode ver pela logo que acompanha a peça. Os knobs e chave são os tradicionais: um de volume, um de tonalidade e uma chave seletora de três posições, pela qual você escolhe cada um dos captadores individualmente ou os dois juntos. Abaixo, um vídeo para você curtir o timbre da Relic.



E começamos 2015 muito bem! Venham visitar a Garagem!