Após mais de um ano
escrevendo semanalmente sobre guitarras aqui no Blog da Garagem, esta semana me
dei conta de que ainda não havia escrito sobre uma guitarra que não pode faltar
na lista das mais importantes e tradicionais de todos os tempos: a Fender
American Vintage ’52 Telecaster. Também conhecida como Butterscotch Tele, esta
guitarra foi vista inúmeras vezes nas mãos de nomes como Keith Richards e Bruce
Springsteen. Apesar de ser chamada de ‘52, foi lançada pela primeira vez em
1951 e se tornou um clássico que nunca mais foi esquecido. De tempos em tempos
a Fender lança uma edição reissue.
Tentando
ser o mais fiel aos modelos originais da década de 50, esta Telecaster possui
um corpo em ash com aquela cor amarelada transparente, pela qual você pode ver
os desenhos da madeira por baixo. O braço é em maple e em formato U, o mais
grosso e redondo da Fender, o que provoca uma divisão bastante grande entre os
guitarristas. É o formato de braço verdadeiramente “ame ou odeie”. Eu venho
tocando em uma ’52 há um mês e no começo realmente estranhei, apesar do braço
ser muito parecido ao da Antigua, mas logo me acostumei e posso dizer que é uma
das guitarras mais macias e aveludadas dentre os modelos “old school” que já
toquei.
A trasteira é em
maple com 21 trastes vintage-style e marcações “dot” (bolinha), tradicional da
Fender. O escudo, preto, chama a atenção por ter apenas cinco parafusos (mais
tarde a Fender começou a colocar mais parafusos, pois algumas partes do escudo
ficam “descoladas” do corpo em lugares com muito espaço entre cada parafuso).
Outra característica dos parafusos (todos da guitarra) é que eles são no antigo
modelo “chave de fenda” e não “chave Philips”, como você pode ver pelas fotos
acima e abaixo. As tarraxas são vintage-style e levemente envelhecidas, assim
como o resto das ferragens. A ponte conta com apenas três carrinhos, o que não
permite uma regulagem perfeita das oitavas, fazendo com que cada instrumento
tenha de ser “descoberto” pelo guitarrista para que a afinação fique certa na
base da pressão correta das cordas ou de um leve bend na corda que precisar de
uma ajuste de afinação. Pra deixar a coisa ainda mais vintage, os carrinhos são
“bronze” (diferentemente das peças cromadas) e a ponte vem com “Patents Pending”
escrito, para simular a época em que a guitarra era vendida sem que o registro
da ponte tivesse sido finalizado.
A parte elétrica da ’52
também é top de linha. O som desses captadores é muito acima da média da
maioria de outras Telecasters. Eles tanto podem soar vintage e tradicionais,
como com um bom overdrive, têm um punch e uma textura menos ardida e mais
presente do que normalmente você esperaria de uma Tele. Tanto o cap da posição
do braço como da ponte são American Vintage ’52 Tele, ou seja, como diz o nome,
feitos exclusivamente para ela. Os knobs são os tradicionais de volume e
tonalidade, e a chave de três posições também a clássica, afinal, em uma
guitarra imortal da década de 50, a ideia era criar um instrumento sem grandes
firulas e com a melhor qualidade possível. A 52’ vem com um hard case próprio,
na cor bege, como você pode ver na primeira foto.
Bom
fim de semana a todos e venham visitar a Garagem!
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