Praticamente todas
as vezes que vou escolher uma guitarra para falar na coluna aqui da Garagem, eu
me deparo com algum modelo e penso: “Como não falei dessa guitarra ainda?”. Mas
a verdade é que são tantas as possibilidades e tantos os grandes guitarristas
que têm sua linha signature, que – felizmente – sempre vai sobrar assunto. A
guitarra desta semana é de um cara muito especial, que teve vários tipos de
carreira e até hoje é multifacetado e versátil em tudo o que faz: Richie
Kotzen. Richie começou a despontar no final dos anos 80 na época da Shrapnel
Records, de Mike Varney, um cara que sempre buscava novos talentos. Os primeiros
álbuns de Kotzen foram instrumentais e virtuosos. No começo dos anos 90, após a
saída de CC de Ville do Poison, Richie entrou para a banda e ficou conhecido de
uma forma diferente, agora mais abrangente, não só pelos amantes da música
instrumental mas também por fãs de hard rock. Após a saída do Poison, Kotzen
deslanchou em uma carreira solo de incrível produtividade (com participações
constantes em outras bandas e álbuns), se firmando como um grande compositor e
vocalista, além de um guitarrista fora do comum. A guitarra da semana é a sua Fender
Telecaster Richie Kotzen Solid Body.
A
Telecaster RK conta com um corpo em ash e um top em maple laminado, com uma
pintura em sunburst de duas cores, pela qual se pode ver o desenho da madeira,
em uma proposta clássica e sóbria. O friso creme ao redor de todo o corpo
contribui para essa proposta e dá um toque especial, combinando com o escudo,
também em creme e com uma única camada. O braço é em maple, com escala de 25,5”,
e em um formato “Large C”, ou seja, o shape tradicional da Fender, porém um
pouco mais grosso, perfeito para quem tem uma pegada forte e precisa de uma
área de contato bem firme com a guitarra. A trasteira é em maple, com uma angulação de
12”, e conta com 22 trastes jumbo e marcações de abalone dot (bolinha).
Na parte elétrica, a
Telecaster Richie Kotzen conta com dois captadores mais do que especiais. Na
posição da ponte, um mini humbucker DiMarzio DP384 Chopper T (chamado de “o
irmão mais alto e forte do Fast Track T”), e na posição do braço um single-coil
DiMarzio DP173 Twang King, que como o nome já diz, possui um brilho e um “estalo”
diferenciados. A RK possui um knob de volume e um knob rotatório que coloca os
caps em série ou em paralelo, dependendo do que o guitarrista prefere em
diferentes momentos. A chave é a tradicional de três posições, alternando entre
cada um dos caps sozinhos ou os dois ligados ao mesmo tempo.
As ferragens são
douradas, combinando com a tonalidade “honey” do sunburst. A ponte conta com
seis carrinhos para uma regulagem perfeita das oitavas, afinal por mais vintage
que alguns sons de Kotzen sejam, há sempre o momento virtuoso em seus álbuns e
shows, o que exige uma afinação sem oscilações. As tarraxas são Gotoh Cast com
trava e o headstock conta com a assinatura de Kotzen, como uma guitarra
signature não poderia deixar de ter. Outro diferencial é o corpo abolado na
parte de trás, para um encaixe mais confortável ao tocar, principalmente quando
o guitarrista está em pé. Vale lembrar que esta guitarra é Made in Japan, uma
raridade hoje em dia e também uma garantia de qualidade acima da média.
É
isso, galera! Curtam o fim de semana e venham visitar a Garagem sempre que
quiserem!
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